segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lado militante de Spike Lee volta em seu novo filme

Lado militante de Spike Lee volta em seu novo filme

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ANTONIO MARTÍN GUIRADO
da Efe, em Los Angeles

O filme "Milagre em Santa Anna", a resposta de Spike Lee ao patriotismo de Clint Eastwood em suas obras sobre a Segunda Guerra Mundial, reivindica o papel da população negra nesse conflito e enche a telona com claras influências do neo-realismo italiano.

Reprodução
Spike Lee
Spike Lee faz de seu novo filme uma resposta ao diretor Clint Eastwood

Em junho, Lee criticou Eastwood por ele não ter usado "um único ator negro" em "A Conquista da Honra" e "Cartas de Iwo Jima", dois filmes sobre a conquista dessa ilha japonesa em 1945.

O filme de Lee, um épico que narra a história de quatro soldados membros de uma divisão do Exército americano formada apenas por negros, que passam por uma situação complicada em setembro de 1944 em plena Toscana, depois que um deles arriscasse sua vida para salvar uma criança italiana.

Baseado no romance homônimo de James McBride, que também se encarregou do roteiro, o longa-metragem, cuja violência lembra por momentos a primeira meia hora do "Resgate do Soldado Ryan" (1998), foi exibido ontem no Festival Internacional de Cinema de Toronto e chegará aos EUA em 26 de setembro.

O filme mostra o que parece ser o assassinato de um inocente em um escritório dos correios de Nova York, mas o resto da história, em que cada um dos personagens fala em sua língua nativa, se encarrega de explicar os motivos que levaram ao incidente.

"Encerra um mistério brutal que tem a ver com os eventos históricos e a descarnada realidade da guerra", disse Lee, duas vezes candidato ao Oscar.

Segundo o cineasta, "Milagre em Santa Anna" é "também uma história mística de amor e compaixão".

O realizador continua desta forma sua tendência a mostrar as injustiças raciais na telona, como já fez em "Faça a Coisa Certa" (1989), "Malcom X" (1992), "Todos a Bordo" (1996) e "A Hora do Show" (2000).

Destaques

Em um filme repleto de nomes praticamente desconhecidos para o grande público, se destacam os quatro protagonistas, vividos por Derek Luke, Michael Ealy, Laz Alonso e Omar Benson Miller, um "gigante de chocolate" para Angelo, a criança que ele salva.

A relação estabelecida entre Sam (o personagem de Miller) e Angelo (encarnado por Matteo Sciabordi) é um dos pontos de mais destaque do filme, da mesma forma que as cenas que acontecem na casa do fascista Ludovico (Omero Antonutti), que lembram clássicos como "Ladrões de Bicicleta" (1948) e "Roma, cidade aberta" (1945).

"O papel crucial do filme é o da criança", admite o diretor. "Pusemos um anúncio e se apresentaram cinco mil pessoas; soube que o menino seria Matteo assim que o vi. Foi um milagre", afirmou o cineasta.

Para Lee, um dos aspectos mais relevantes do roteiro foi mostrar a reação da população de uma remota vila italiana ao ver uma pessoa negra pela primeira vez em suas vidas e refletir como superar as barreiras culturais.

"O filme fala sobre amizade e como conhecer uns aos outro acima de medos e preconceitos", afirma o produtor italiano Luigi Musini, encantado com o elenco de atores de seu país.

A paisagem natural da cordilheira de Apeninos tem um significado especial dentro do filme.

"A localização é muito representativa de como foi a guerra na Itália, de como foi nossa resistência", acrescenta Musini.

O elenco do filme, que promete estar entre os candidatos ao Oscar em várias categorias, é completado por John Turturro, o colombiano John Leguizamo e o jovem Joseph Gordon-Levitt, em pequenos papéis.

domingo, 27 de julho de 2008

SEMINÁRIO CINEMA NEGRO EM DISCUSSÃO


O Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) é um órgão da UFBA voltado para ações afirmativas em favor das populações afro-descendentes. Nessa ocasião, o CEAO realizará, de 01 à 05 de setembro, o Seminário Cinema Negro em Discussão, com promoção do Cineclube CINEMAFRO.

INSCRIÇÕES GRATUITAS

QUANDO: 17 À 21 DE AGOSTO

ONDE: CEAO - UFBA: Pc. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho; 71 3322-6742 ceao@ufba.br

REALIZAÇÃO: CEAO – UFBA

PROMOÇÃO: CINEMAFRO

terça-feira, 8 de abril de 2008

A Mulher Negra no Cinema e na Sociedade

É possível um cinema negro?


Na aventura criativa em busca de um cinema negro o cineasta experimenta linguagens que tornam evidentes a contribuição do negro para a concepção de uma estética cinematográfica. O longa-metragem Filhas do Vento, do cineasta Joel Zito Araújo é uma expressão categórica de uma perspectiva de cinema negro para além da proposta de estética cinematográfica. A obra trata de questões de gênero, de classe, de identidade cultural, de família, entre outras.


Filhas do Vento é um filme brasileiro de 2005, do gênero drama, dirigido por Joel Zito Araújo. Uma lírica história de redenção amorosa entre irmãs, mães e filhas, em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, onde os fantasmas da escravidão e do racismo acentuam os dramas de forma sutil e poderosa. Foi o primeiro longa-metragem de ficção do diretor, que anteriormente realizava documentários como A Negação do Brasil. A produção do filme foi de Márcio Curi, a música de Marcus Viana, a direção de fotografia de Jacob Sarmento Solitrenick, a direção de arte de Andréa Velloso e a edição de Isabela Monteiro de Castro.


Poucas são as oportunidades de sermos contemplados com uma obra cinematográfica como Filhas do Vento, do cineasta Joel Zito Araújo. Não há o mínimo interesse de investimento no cinema brasileiro que valorize o contexto multicultural, assim como, a contribuição e a predominância da população descendente de grupos étnicos africanos para aqui trazidos e escravizados.


A imagem da mulher negra no cinema e na sociedade é o cerne do debate. Estereótipos como figurante de filme de Spike Lee, empregada doméstica, lavadeira, mãe de leite, mãe de criação, a tia Anastácia de Monteiro Lobato, a favelada Bebel, personagem da novela Paraiso Tropical da Rede Globo de Televisão, são alguns dos exemplos dentre outros inúmeros casos de inferiorização da mulher negra a partir da visão do detentor dos meios de comunicação que geralmente são descendentes de imigrantes ou colonizadores europeus. No caso da equivocada associação mulher – negra - pobre estigmatizada em preconceitos racistas é criticada em Filhas do Vento nas cenas que se seguem de inúmeros contrapontos ideológicos.


O que se segue, portanto, é a sinopse do filme. Cida (Ruth de Souza) e a irmã Jú (Léa Garcia) estão separadas por quase 45 anos. O tempo não conseguiu dissipar o rancor provocado pelo incidente amoroso e familiar que marcou a juventude e a vida das duas. Com a morte do pai, Zé das Bicicletas (Milton Gonçalves), que havia expulsado Cida de casa, as duas voltam a se encontrar. Cida tornou-se uma mulher solitária. Fez carreira de atriz atuando em cinema e em telenovela, mas, apesar do talento, não teve o reconhecimento merecido. Maria D’Ajuda nunca saiu do interior, cuidou do pai até a morte. Parece ter nascido para amar e cuidar dos outros, mas nunca conseguiu desenvolver nenhuma identidade profissional – o inverso da irmã atriz. Casou-se uma vez e depois teve vários filhos de companheiros diferentes. Sua família é uma típica família brasileira do interior, cheia de filhos, sobrinhos, netos e agregados. No entanto, uma de suas filhas, Dorinha (Danielle Ornellas), a que mais admira pela persistência profissional e talento artístico, é a única que despreza o amor da mãe.


Filhas do Vento aborda temas pertinentes às mulheres de qualquer parte do mundo, mas numa pequena cidade do interior do Brasil os fantasmas da escravidão e do racismo afetam a vida das personagens de forma sutil. Em uma brilhante peça ficcional de cunho político e social, o diretor substitui os tradicionais papéis estereotipados, comumente interpretados por atores negros nas telenovelas brasileiras, por uma rica e multifacetada construção de personagens, mesmo quando habilmente emprega diversos recursos da dramaturgia da novela com uma estética cinematográfica baseada nos padrões dominantes do mercado hollywoodiano para se comunicar com grandes audiências.


Informações Técnicas


Tìtulo: > Filhas do Vento

País de Origem: > Brasil

Gênero: > Drama

Classificação Etária: > 14 anos

Tempo de duração: > 85 minutos

Ano de lançamento: > 2005

Estréia no Brasil: > 16 / 09 / 2005

Estúdio/Distrib.: > Rio Filmes

Direção: > Joel Zito Araújo


Elenco


Taís Araújo

Jonas Bloch

Zózimo Bubul

Maria Ceiça

Thalma de Freitas

Ruth de Souza

Monica de Freitas

Léa Garcia

Milton Gonçalves

Kadu Karneiro

Danielle Ornelas

Rocco Pitanga


Texto escrito por Angel Callero

Diretor Artístico - CINEMAFRO

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

EXIBIÇÃO DE OUTUBRO:

No dia 19/10 teremos a próxima exibição acompanhada por debate do filme "A Negação do Brasil", do diretor Joel Zito Araújo.

Local: FICA - Fundação de Capoeira Angola.
Horário : 19h

Sinopse:

Profundo estudo da história do negra nas telenovelas, demonstrando uma verdadeira negação do Brasil por próprios brasileiros. Um documentário sobre tabus, preconceitos e estereótipos raciais. Uma história das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela - o produto de maior audiência no horário nobre da TV brasileira.
O diretor, baseado em suas memórias, e em fortes evidências de pesquisas, analisa as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros.

Prêmios obtidos:


Roteiro premiado pelo Concurso Nacional de Projetos de Documentários do Ministério da Cultura - 1999.
Prêmios de Melhor Documentário, Melhor Pesquisa e Premio Quanta da Competição Brasileira do … TUDO VERDADE - 6_ Festival Internacional de Documentários - 2001. SP-RJ;
Troféu especial "Gilberto Freire de Cinema" e Troféu de "Melhor Roteiro de Documentário" do 5º Festival de Cinema do Recife - 2001.

Selecionado para os festivais internacionais:
Festival Internacional do Documentário e Novos Media do Porto – Odisséia nas Imagens – Porto, Portugal. 27/10 a 03 de novembro de 2001.
African Diaspora Film Festival de Nova York, dez/2001.
Festival Internacional de Cinema RIO BR 2001 Premiere Brasil - 27/09 a 08/10/2001. Rio de Janeiro, RJ.
I Muestra de Cine e Video Documental de Madrid, 2001.
The 10th Annual Pan African Film Festival – Los Angeles, CA USA. Fev/2002.
5th Annual Internacional Festival of New Cinema of the Americas. Austin,Texas. Abril/2002.
Festival International de Biarritz – Le Prix Union Latine du Film Documentaire – outubro/2002.
Habana Film Festival / Festiva Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano. 2001
Mostra Brazil on Film – Novo Cinema Novo. Londres. 19/out/2002. Organizadores: ICA – Institute of Contemporary Arts and Brazilian Ministry of Foreign Relations – Brazilian Embassy in London.
FESPACO – panAfrican Film Festival 2003. Burkina Fasso.
3 Continents Human Rights Festival (2003)- Johannesburg -South Africa

Ficha técnica :

Categoria: documentário
Duração: 91 minutos
Ano de produção: Dezembro/2000
Cor & P&B
Bitola: 35 mm
Direção e roteiro: Joel Zito Araújo
Fotografia: Adrian Cooper e Cleumo Segond
Produtores: Luis Antonio Pillar, Juca Cardoso e Vandy Almeida
Produção executiva: Joel Zito Araújo
Montagem: Joel Zito Araújo e Adrian Cooper
Som: Toninho Murici
Empresa: Casa de Criação


MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.portalafro.com.br/joelvito/joelzito.htm

http://www.uff.br/mestcii/eliana1.htm

http://www.comciencia.br/reportagens/negros/08.shtml


terça-feira, 18 de setembro de 2007

EXIBIÇÃO DE SETEMBRO

No dia 21/09 teremos mais uma exibição no Cinemafro - com o filme "L'envol d'un Masque?" de Phillippe Cassard produzida em Burkina Faso. O filme trata da relação entre a tradição e a modernidade a partir das máscaras africanas. Após a exibição haverá debate com a antropóloga Maria Paula Aldinofi.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007


Cafundó enfoca a religiosidade como expressão do mistério e do inexplicável. É uma mistura dos diferentes universos, linguagens, tradições e fatos históricos que compõem as raízes brasileiras com seu sincretismo religioso e miscigenação de culturas. Rodado em locações de belíssimo patrimônio natural e histórico nas cidades da Lapa, Ponta Grossa, Paranaguá e Antonina no estado do Paraná e em São Paulo, é um filme exuberante em suas imagens, roteiro, cenários e figurinos.

Sob a direção de Paulo Betti e Clóvis Bueno, reúne em seu elenco talentos novos e consagrados da dramaturgia nacional, como Lázaro Ramos, Leona Cavalli, Leandro Firmino da Hora, Alexandre Rodrigues, Francisco Cuoco, Luis Mello, entre outros. Produzido por Prole de Adão Produções Artísticas e Laz Audiovisual e co-produzido por Gullane Filmes e Teleimage, Cafundó leva às telas do cinema as loucuras da fé, da paixão, do poder e da espiritualidade que marcam a formação cultural do Brasil.



Sinopse

É uma crônica romanceada inspirada na vida real de João de Camargo, homem simples e ingênuo. Preto Velho milagreiro, ele viveu no Brasil no final do Século XIX e início do Século XX em Sorocaba, interior do estado de São Paulo, ponto principal do caminho das tropas que integrou as regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Escravo liberto, João de Camargo sofre o impacto do advento da modernidade e suas transformações políticas e econômicas, com a chegada da abolição, da república, da luz, do rádio e da industrialização.

Deslumbrado e desiludido, ele deixa-se abater até atingir o fundo do poço, quando tem uma visão que o inspira, ilumina e alucina. A partir de então, firma sua identidade, dedicando sua vida a curar e abençoar seus semelhantes, fundando a igreja do Bom Jesus da Água Vermelha.

Composto por conflitos, elipses e emoções, Cafundó é ao mesmo tempo africano, católico e mundano. Nele se encontram os atabaques das senzalas, o lundu, o congo, o jongo, a modinha caipira, a cantata, o chorinho e a congada. Uma homenagem à pureza, à imaginação e à felicidade de quem mantém seus sonhos vivos e se empenha para concretizá-los.



Assista o trailer de CAFUNDÓ: http://br.youtube.com/watch?v=QgTEW3KelNM

O CINEMA NEGRO EM DISCUSSÃO

O CINEMAFRO é voltado para ações afirmativas em favor das populações afro-descendentes. Este espaço virtual é instaurado com objetivo de fomentar o debate público acerca do cinema negro.

Então, vamos discutir!!!!

aguarde nova programação

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