quarta-feira, 10 de outubro de 2007

EXIBIÇÃO DE OUTUBRO:

No dia 19/10 teremos a próxima exibição acompanhada por debate do filme "A Negação do Brasil", do diretor Joel Zito Araújo.

Local: FICA - Fundação de Capoeira Angola.
Horário : 19h

Sinopse:

Profundo estudo da história do negra nas telenovelas, demonstrando uma verdadeira negação do Brasil por próprios brasileiros. Um documentário sobre tabus, preconceitos e estereótipos raciais. Uma história das lutas dos atores negros pelo reconhecimento de sua importância na história da telenovela - o produto de maior audiência no horário nobre da TV brasileira.
O diretor, baseado em suas memórias, e em fortes evidências de pesquisas, analisa as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros.

Prêmios obtidos:


Roteiro premiado pelo Concurso Nacional de Projetos de Documentários do Ministério da Cultura - 1999.
Prêmios de Melhor Documentário, Melhor Pesquisa e Premio Quanta da Competição Brasileira do … TUDO VERDADE - 6_ Festival Internacional de Documentários - 2001. SP-RJ;
Troféu especial "Gilberto Freire de Cinema" e Troféu de "Melhor Roteiro de Documentário" do 5º Festival de Cinema do Recife - 2001.

Selecionado para os festivais internacionais:
Festival Internacional do Documentário e Novos Media do Porto – Odisséia nas Imagens – Porto, Portugal. 27/10 a 03 de novembro de 2001.
African Diaspora Film Festival de Nova York, dez/2001.
Festival Internacional de Cinema RIO BR 2001 Premiere Brasil - 27/09 a 08/10/2001. Rio de Janeiro, RJ.
I Muestra de Cine e Video Documental de Madrid, 2001.
The 10th Annual Pan African Film Festival – Los Angeles, CA USA. Fev/2002.
5th Annual Internacional Festival of New Cinema of the Americas. Austin,Texas. Abril/2002.
Festival International de Biarritz – Le Prix Union Latine du Film Documentaire – outubro/2002.
Habana Film Festival / Festiva Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano. 2001
Mostra Brazil on Film – Novo Cinema Novo. Londres. 19/out/2002. Organizadores: ICA – Institute of Contemporary Arts and Brazilian Ministry of Foreign Relations – Brazilian Embassy in London.
FESPACO – panAfrican Film Festival 2003. Burkina Fasso.
3 Continents Human Rights Festival (2003)- Johannesburg -South Africa

Ficha técnica :

Categoria: documentário
Duração: 91 minutos
Ano de produção: Dezembro/2000
Cor & P&B
Bitola: 35 mm
Direção e roteiro: Joel Zito Araújo
Fotografia: Adrian Cooper e Cleumo Segond
Produtores: Luis Antonio Pillar, Juca Cardoso e Vandy Almeida
Produção executiva: Joel Zito Araújo
Montagem: Joel Zito Araújo e Adrian Cooper
Som: Toninho Murici
Empresa: Casa de Criação


MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.portalafro.com.br/joelvito/joelzito.htm

http://www.uff.br/mestcii/eliana1.htm

http://www.comciencia.br/reportagens/negros/08.shtml


terça-feira, 18 de setembro de 2007

EXIBIÇÃO DE SETEMBRO

No dia 21/09 teremos mais uma exibição no Cinemafro - com o filme "L'envol d'un Masque?" de Phillippe Cassard produzida em Burkina Faso. O filme trata da relação entre a tradição e a modernidade a partir das máscaras africanas. Após a exibição haverá debate com a antropóloga Maria Paula Aldinofi.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007


Cafundó enfoca a religiosidade como expressão do mistério e do inexplicável. É uma mistura dos diferentes universos, linguagens, tradições e fatos históricos que compõem as raízes brasileiras com seu sincretismo religioso e miscigenação de culturas. Rodado em locações de belíssimo patrimônio natural e histórico nas cidades da Lapa, Ponta Grossa, Paranaguá e Antonina no estado do Paraná e em São Paulo, é um filme exuberante em suas imagens, roteiro, cenários e figurinos.

Sob a direção de Paulo Betti e Clóvis Bueno, reúne em seu elenco talentos novos e consagrados da dramaturgia nacional, como Lázaro Ramos, Leona Cavalli, Leandro Firmino da Hora, Alexandre Rodrigues, Francisco Cuoco, Luis Mello, entre outros. Produzido por Prole de Adão Produções Artísticas e Laz Audiovisual e co-produzido por Gullane Filmes e Teleimage, Cafundó leva às telas do cinema as loucuras da fé, da paixão, do poder e da espiritualidade que marcam a formação cultural do Brasil.



Sinopse

É uma crônica romanceada inspirada na vida real de João de Camargo, homem simples e ingênuo. Preto Velho milagreiro, ele viveu no Brasil no final do Século XIX e início do Século XX em Sorocaba, interior do estado de São Paulo, ponto principal do caminho das tropas que integrou as regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Escravo liberto, João de Camargo sofre o impacto do advento da modernidade e suas transformações políticas e econômicas, com a chegada da abolição, da república, da luz, do rádio e da industrialização.

Deslumbrado e desiludido, ele deixa-se abater até atingir o fundo do poço, quando tem uma visão que o inspira, ilumina e alucina. A partir de então, firma sua identidade, dedicando sua vida a curar e abençoar seus semelhantes, fundando a igreja do Bom Jesus da Água Vermelha.

Composto por conflitos, elipses e emoções, Cafundó é ao mesmo tempo africano, católico e mundano. Nele se encontram os atabaques das senzalas, o lundu, o congo, o jongo, a modinha caipira, a cantata, o chorinho e a congada. Uma homenagem à pureza, à imaginação e à felicidade de quem mantém seus sonhos vivos e se empenha para concretizá-los.



Assista o trailer de CAFUNDÓ: http://br.youtube.com/watch?v=QgTEW3KelNM

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Mestre Cobra Mansa debate “Angola Saudades de quem te ama”


Angola Saudades de quem te ama de Richard Pakeleppa é um filme que narra as diversas trajetórias da população angolana no seu processo de reconstrução pós-guerra. As dores, esperanças, mutilações e uma forte crítica social são trazidas aqui de forma poética através da música de Paulo Flores.

Esse mosaico de situações contados por moradores de contextos variados e imagens de diversas cidades, nos trazem uma discussão sobre a realidade do povo angolano, onde fica evidente o contraste entre as riquezas naturais do país e pobreza social de seus habitantes. Esse debate foi o foco do CINEMAFRO em parceria com a Fundação Internacional de Capoeira Angola, no dia 17/08, com o Mestre Cobra Mansa – FICA que visitou o país em busca de uma pesquisa sobre a origem da capoeira Angola e pode vivenciar as informações trazidas pelo filme analisando o processo sócio-cultural deste povo.



Entrevista com o Mestre Cobra Mansa


Sobre o filme:


Bom, saudades de quem te ama na verdade eu considero assim como uma poesia é o Richard faz um trabalho magnífico mostrando as realidades de Angola. A Angola rica e a Angola que tá miserável e que tá necessitando de um suporte político social. Então pra mim foi um trabalho que me deu uma base, porque antes de eu ir pra Angola eu tinha visão daquela Angola idealística que é a Angola dos angoleiros..


O filme e a realidade de Angola:


A realidade que eu vi é muito chocante é agente vê o lado real de angola e quando cheguei lá foi como se eu tivesse revendo o filme, as condições sociais são muito frágeis o sistema político ainda traz fragilidade a corrupção é muito grande. Então assim deu pra senti a realidade de angola, mas o filme mostra isso também e me permitiu que eu chegasse lá com o pé mais no chão.

terça-feira, 31 de julho de 2007

O Negro na Telenovela Brasileira

E

m 1969, a Rede Globo exibia A Cabana do Pai Tomás, a primeira superprodução da TV brasileira que levaria ao público uma história cujo protagonista era um não-branco. A novela seria motivo de orgulho para o negro brasileiro, não fosse pela infeliz escolha do ator que daria vida a Pai Tomás. Uma emissora que desde aquela época podia contar com o talento de Milton Gonçalves, Antonio Pitanga e Zózimo Bulbul, escalou Sérgio Cardoso, grande galã da época, mas branco. O ator, também um dos escritores da novela, foi pintado de preto e usava rolhas nos lábios e no nariz afilado para apresentar-se todas as noites para uma população composta por 50% de afro-descendentes.

Esse é apenas o mais conhecido dos inúmeros e lastimáveis episódios de nossa TV narrados por Joel Zito Araújo no livro A Negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira. O livro traça um panorama da presença e do enfoque dado ao negro nas telenovelas brasileiras entre 1963 e 1997. Com farta pesquisa de material de época e entrevistas com atores do período, o autor mostra com dados irrefutáveis, como tabelas e listagem das novelas e de seus respectivos personagens negros, que, excluindo-se casos que juntos não chegam a 1%, as novelas nunca deram o devido espaço e respeito ao afro-descendente.

Joel Zito mostra que a novela brasileira, produto de sucesso nacional e de exportação para os quatro cantos do mundo, vende a imagem do negro como subalterno, submisso, pronto para servir ao senhor branco. Mas o autor acredita que esta negação do Brasil não retrata nada além do que é visto na elite nacional. O mito da democracia racial, o idealismo branco e o desejo de europeização de toda população, mascarado por personagens fictícios que invadem todas as noites os lares brasileiros é o espelho do preconceito enraizado há mais de 500 anos e que até os dias atuais circunda e permeia as relações inter-raciais.

Um exemplo da imagem submissa retratada nas novelas é reproduzido por Joel Zito. Na novela Pátria Minha, o personagem do ator Alexandre Moreno, um jardineiro, é humilhado pelo patrão e vilão da história, Raul Pelegrini. Acusado injustamente de roubar as jóias da família, Raul xinga o empregado, entre tantos outros nomes, de negro safado e incapaz de aprender alguma coisa. Mais polêmica do que a humilhação foi a reação do personagem: de cabeça baixa, não reagiu e foge do patrão. A cena causou protestos de diversos grupos militantes da causa negra.

O trabalho de Joel Zito Araújo, cineasta e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, onde participa do Núcleo de Pesquisas sobre Telenovelas, também lembra de diretores importantes e comprometidos em retratar a imagem do negro brasileiro de maneira justa, como Janete Clair, que, por exemplo deu ao ator Milton Gonçalves o papel de um psiquiatra formado em Harvard na novela Pecado Capital, de 1975. Entre erros e acertos dos dramaturgos e diretores das telenovelas brasileiras, Joel Zito finaliza o livro questionando se nos próximos anos a telenovela brasileira assimilará com mais naturalidade e regularidade, o talento, a personalidade e a aparência física do ator negro e garantindo o mesmo espaço que hoje já desfrutam os atores e atrizes negros norte-americanos. É certo que os anos futuros imaginados pelo ator ainda não chegaram.

A Negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira - Joel Zito Araújo - Editora Senac - 2001 - 323 páginas

Ana Paula Galdini


O CINEMA NEGRO EM DISCUSSÃO

O CINEMAFRO é voltado para ações afirmativas em favor das populações afro-descendentes. Este espaço virtual é instaurado com objetivo de fomentar o debate público acerca do cinema negro.

Então, vamos discutir!!!!

aguarde nova programação

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